segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Amor além da vida



Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

What Dreams May Come

É um filme americano do ano de 1998, baseado num livro de Richard Matheson. Ganhou Oscar e Satellite Awards na categoria de melhores efeitos especiais. O filme é um romance com certa influência espírita, por conter nele temas como a reencarnação, poder do pensamento e o castigo por cometer o suicídio.

“Às vezes, quando você ganha, você perde.”

Apesar da frase, o filme não é baseado no conformismo, mas sim na força de vontade de acreditar num bom futuro. Saber seguir adiante é o principal conselho do filme. No momento que o marido e os filhos de Annie morrem, ela apenas diz: “Uma família inteira morta por acidentes de carro... faz a gente querer comprar uma bicicleta”. Ao dizer isso, mostra que a vida terrena não é justa, mas que, sim, é possível viver bem.

“Não precisa se destruir para amar.”

O tempo todo, o filme mostra que nada detém a morte. A juventude, a beleza e a bondade não são suficientes e, pelo fato de você já ter sofrido grandes tragédias na vida, não impede que outras novas aconteçam. Mas o amor sim, esse pode ultrapassar planos e realidades. O meio que Chris, marido de Annie, encontra para manter o contato com a esposa é pela pintura. Num certo ponto do filme, é possível perceber que os dois são “almas gêmeas” e uma não pode viver sem a outra. Talvez isso justifique o suicídio de Annie e de os filhos terem, de certa forma, ficado em segundo plano. Talvez, por isso, os filhos, depois de mortos, assumiram a aparência de pessoas pelas qual o pai se sentia atraído (tanto por beleza, que é o caso da aeromoça quanto o do chefe de Chris, que foi seu conselheiro por um longo tempo). Ou talvez não... Parte de cada observador concluir isso.

“O pensamento é real, a matéria é ilusão.”

O paraíso tem como cenário aquilo que mais gostamos e lá nos tornamos a pessoa que queremos ser. Uma grande curiosidade é o papel do cachorro no filme. Ele se encontrava no paraíso de Chris e também foi capaz de perceber o “espírito” de Chris vagando na casa de Annie. Outra curiosidade, só que esta mais “cinematográfica” é que no paraíso da filha de Chris, temos entre os personagens que estão voando, o Peter Pan com a Wendy e a Mary Poppins, que talvez sejam personagens essenciais na infância dela.

“Boas pessoas vão ao inferno por não perdoarem a si mesmas.”

O filme é lotado de analogias. Uma delas é a “luz no final do túnel” pela qual o Chris passou. Mas, a mais importante é entender o inferno que Annie se encontrava: não é nada mais que o próprio mundo de cabeça pra baixo. Sua casa destruída e seus maiores medos estão no teto de uma igreja destruída. O filme faz uma apologia do inferno de Dante, mostrando os diversos “setores” do inferno (sendo um deles o dos egoístas), o Rio da morte e o Cérberus, que numa reprodução moderna, em vez de ser um cachorro de varias cabeças, é um navio naufragado no portão do inferno. É legal perceber também o uso da mitologia grega no filme: o mito de Orfeu. Ele é o cara que vai até o inferno buscar o amor da vida dele, mas que através de uma manipulação de Hades, a mantém presa para sempre lá e Orfeu permanece com ela pelo resto da eternidade.

“O inferno é a sua vida que não deu certo.”

É claro que a personagem Annie se suicidou como uma forma de fuga da realidade. A primeira tentativa de fuga foi a loucura, que não foi párea ao amor de Chris. Sem ele por perto, o suicídio seria fácil e óbvio de se acontecer. Com isso é possível concluir que na realidade, não existe o paraíso e o inferno. Existe o estado de espírito. Você cria seu inferno e seu paraíso, ninguém mais. Os suicidas vão para o inferno por não entenderem realmente que morreram. Por não ser uma partida da vida real de forma natural.

Ao menos, a história termina de forma ideal: com esperança. A trajetória termina com eles dois reencarnando e recomeçando um novo romance. Se Chris foi capaz de achar Annie no inferno, na Terra isso não será muito difícil.

Att.
Paulo Lannes

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Começando

Olá, bem vindo ao meu blog.
Meu nome é Paulo Lannes e sou extremamente cinéfilo. Estudo jornalismo, mas arranjo um tempo para fazer algumas matérias relacionadas ao cinema. Como vejo filmes diariamente e procuro "estudar" sobre eles, achei uma boa idéia fazer um blog com filmes que eu vi, revi e ainda quero ver mais vezes. Todos eles eu recomendo muito e acredito realmente que possa fazer diferença na vida real. Muitas vezes apenas vemos os filmes, que quando bons, nos faz sentir uma certa emoção que depois passa. Nesse blog mostrarei alguns elementos dos filmes que não percebemos e/ou esquecemos com o passar do tempo. Para ilustrar as minhas postagens, colocarei uma cena do filme que me chamou atenção.
Como maior conselho, digo: Há muito o que aprender vendo filmes, aproveitem que eles estão a nossa volta.
Curtam o blog e sintam-se a vontade para comentar.

Att.
Paulo Lannes