domingo, 29 de agosto de 2010

Boa noite e Boa Sorte


Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Good Night, and Good Luck

Filme inglês de 2005, conta a história real da CBS nos anos 50, quando o Macarthismo americano estava em seu auge. No Festival de Veneza, levou os Prêmios Pasinetti (“melhor filme”), Volpi Cup (“melhor ator”) e FIPRESCI (“melhor roteiro”). Levou também o “melhor fotografia” pelo Independent Spirit Awards. Gorge O'Clonney, além de dirigir o filme, atua nele. É o filme que vai além da realidade crítica jornalística, entrando na sociedade em que vivemos nos dias de hoje.

Joseph MacCarthy é o senador norte-americano responsável pela Caça as Bruxas que censurou todos os meios de comunicação da época e minou as artes culturais tão enraizadas na crítica social e política. Como no filme é dito “quem criticar os métodos do senador é comunista”. O controle era tanto que os profissionais deviam assinar um documento (senão seriam previamente demitidos) declarando que não era comunista. Se o fosse, o governo teria todos os direitos legais para processar e prender o indivíduo.

Edward R. Murrow é o âncora do programa de jornalismo investigativo da CBS, famoso canal de televisão dos EUA. Ele começa a usar seu programa para criticar as ações extremistas do senador americano com base alguns depoimentos. Um deles foi o de Milo Radilovich, um tenente da aeronáutica suspeito de ser comunista (sem fundamentos) que perdeu o emprego e sofreu represálias. Após o programa, o tal tenente foi reintegrado (apesar das ameaças da aeronáutica para com o programa). Depois de ter uma critica boa, Edward resolve avançar e criticar diretamente o senador MacCarthy.

Ao usar o início da carreira de MacCarthy e jogar suas palavras contra ele mesmo, Murrow encurrala o senador. Pode não parecer muito ético, mas estava dentro de seus poderes e não fez o uso de assuntos não ligados ao macarthismo para argumentar contra o senador. Anti-ético mesmo foi o senador, que aproveitou o espaço que o programa de Murrow deu para a réplica e acusou o âncora de ser comunista. A partir daí, Paley, dono da CBS na época passa a “pedir” para que Murrow diminuísse seus ataques. E ao mesmo tempo, a equipe de Murrow passa a ser atacada cada vez com mais força por seus opositores. Entre eles, Don Hollembeck se mata por ser acusado cada vez mais de ser comunista e achar que atrapalha a imagem de Murrow. Na época, empregados de uma mesma empresa não podiam casar. Apesar disso, Joe e Shirley conviviam discretamente bem na equipe. Após os ataques, foi passado para que um deles se demitisse. Os dois acabaram saindo. Murrow, após de um tempo, teve seu horário trocado, tema do programa modificado e tempo em frente a TV reduzido, sendo esse o maior sinal de sua decadência. A censura, que já existia antes, mostrou a cara, tornando o ambiente mais hostil. No fim, a leal equipe de Murrow foi desmantelada e rebaixada.

Apesar de tudo isso, o senador MacCarthy passou a ser investigado e censurado pelo próprio governo americano e Murrow ganhou prêmios e passou para a eternidade, sendo lembrado como um dos maiores defensores do jornalismo ético. Esse é o jornalismo que faz diferença. É esse que marca para sempre. Pois, mesmo depois de terem sofrido toda a iminente decadência “a luta continua, meu amigo”, como já dizia Fred, produtor de Edward R. Murrow.



obs: O filme não faz parte do meu repertório de DVDs, mas foi objeto de estudo em sala de aula, sendo tão bem avaliado quanto os outros que fazem parte da minha coleção.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A Queda! - As últimas horas de Hitler


Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Der Undergang

Filme alemão realizado em 2004 que alterna entre o gênero drama e documentário. Dramatiza com um profundo realismo os capítulos finais da Alemanha na II Guerra Mundial. Foi baseado no livro “Dentro do Bunker de Hitler” (tradução livre) de Joachim Fest, na autobiografia de Albert Speer e nas memórias de Traudl Junge, última secretária de Hitler.

“Deixei minha curiosidade vencer.”

Esse filme tem sua peculiaridade ao mostrar a guerra pelos olhos dos alemães, chegando a humanizar Adolf Hitler. O ditador era visto por Traudl como amável e brutal ao mesmo tempo. Na verdade, a maior crítica não está na crença na raça ariana e todas suas conseqüências, mas sim nas consequências do fanatismo. Em todos profundamente ligados (ou não) ao nazismo havia, de certa forma, uma loucura causada pela paixão que seu ideal havia causado. Era preferível matar e morrer a continuar a viver em um mundo sem o tal nazismo.

“Vocês não entenderam? Perdemos a guerra. Acabou!”

O filme já começa com Berlin sendo destruída pelos russos. Poucas são as tropas que resistem. Alguns já se entregaram, traindo o Furher. Outros, por questão de honra, ficam, lutam e quando não podem mais resistir, se matam. E nesse grupo se encontram até jovens de 12 e 14 anos. Em meio a guerra, mostra a decadência física da Cidade de Berlin, outrora uma das mais belas cidades do mundo.

“Em uma guerra como esta não há civis.”

Furher mostra não ter a menor compaixão por seu povo. Inclusive, coloca a culpa neles pela derrota. Eles teriam sido muito fracos. Hitler ainda sonha com a cidade ideal (limpa e pura), mas admite que nem seu próprio povo pode fazer parte dela. Aliais, é sabido que nem o próprio Hitler era alemão, mas sim austríaco. Essa idéia foi mostrada sutilmente no casamento do ditador com Eva Braun, no qual ele não quis mostrar sua identidade e assim provar que era da raça ariana. Assim, como último suspiro, ele instaura o ‘clauserwitz’, sacrificando o máximo de soldados e civis possíveis.

“O que ele tem a perder?”

Hitler começa a ter seus acessos de loucura, achando que estava sendo traído por seus próximos e que os soldados são fracos e ineficientes. Foi o último a admitir que havia perdido a guerra. Mas mesmo com tudo perdido, o Furher não perdoa traidores e fugitivos, mandando que todos sejam mortos. Em Berlin, esse posicionamento faz com que as tropas passem a enfrentar os próprios compatriotas, os quais muitos queriam fugir para sobreviverem à guerra, ao invés de lutar e morrer nela.

“Sempre obedeci às leis da natureza, nunca me permitindo ter compaixão.”

Na derrota iminente, muitos começaram a se matar no Bunker. E o primeiro a cometer o suicídio foi Hitler e Eva Braun (que ironicamente, era a mais otimista do lugar e leal ao ideal e à vitória), que, respectivamente, se matou com uma arma e se envenenou. Foram usados 200 litros de gasolina para queimar o corpo do casal. Na sequência, muitos dos militares da alta estirpe começaram a se matar (após de festejarem muito). Nem o cachorro de Hitler sobreviveu a isso. Mas a cena mais chocante é quando a Sra. Goebels envenena seus seis jovens e belos filhos e depois pede para que seu marido a mate. Tudo porque, sem o nazismo, não havia futuro para eles.

“A sorte foi lançada”

Entre os que ficaram vivos, muitos não quiseram se render, mas os Russos conseguiram chegar até o centro e não havia mais o que se fazer. As secretárias de Hitler fugiram do Bunker antes do suicídio em massa e uma delas (Traudl) conseguiu passar por entre as tropas russas por ser civil e mulher. Por fim, no dia 7 de maio de 1945 a Alemanha se rende. Como resultado, 50 milhões de pessoas morreram ao todo.

“Os mais fortes só serão vitoriosos se erradicarem os mais fracos.”

sábado, 21 de agosto de 2010

Ladrões de Bicicleta

Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Ladri di Biciclette


Filme italiano dirigido por Vittorio de Sicca em 1948. Feito na Itália recém saída da II Guerra Mundial, toda a agonia da população de uma pátria derrotada é mostrada nesse filme, que foi um marco no cinema neo-realista italiano. Levou o Oscar de “melhor filme estrangeiro” e é feito com o uso de atores amadores.

Com uma tremenda crítica social, de Sicca mostra a história de Antonio Ricci, um pobre operário que às muitas custas consegue um emprego em meio a um mar de outros desempregados. Ele teria que colar pôsteres (que muito interessantemente, o filme mostra Ricci colando o cartaz de Gilda, um dos filmes mais queridos dos Estados Unidos) e para se locomover, precisaria de uma bicicleta (sem a mesma, perderia o emprego). Depois de vender seus próprios lençóis, consegue reaver a sua, que estava penhorada. É curioso perceber a força do dinheiro na família dele. Antes, o casamento parecia ser puramente aparências, mas depois de ter arranjado o emprego, o brilho da esperança reacendeu o amor entre Ricci e sua mulher.

O diretor brinca, durante todo o filme, com um suspense criado pelo título. Assim, faz toda hora o espectador achar que a bicicleta será roubada (até que uma hora isso realmente acontece). Durante o filme, outras relações de Ricci passam a ser mostradas durante a busca dele pela bicicleta roubada.

Uma relação bem curiosa é entre a esposa de Ricci com Santona, uma vidente conselheira. É visível a quantidade de pessoas que a visitam em busca de esperanças e bons conselhos. Mais visível ainda é a fé que as pessoas colocam nas palavras de Santona. O irônico é que Ricci, que zombou e desacreditou no começo, após o fracasso na busca da bicicleta, vai atrás dos conselhos dela (passando a frente de todos, se mostrando como o mais desesperado do local).

Ricci é um cara com bons amigos, que ajudam a ele procurar a bicicleta, mas que depois de um dia procurando, voltam a fazer suas coisas. Então, por mais que ele tenha amigos, não adianta, eles não serão a sua salvação. E nem a polícia. A primeira coisa que Ricci faz é ir prestar depoimento na polícia e implorar pela ajuda deles. Mas é como um dos policiais disse: “é só uma bicicleta”. E não fizeram absolutamente nada. Nem quando ele encontra o ladrão na rua as pessoas param para ajudá-lo ou aparece um policial para deter o bandido. Na verdade, essas pessoas só apareceram em momentos que todos se mostravam contra Ricci. Era ele contra o mundo o tempo inteiro.

Vemos também a missão, que ajuda as pessoas pobres a se barbear, comer e ouvir a missa. Apesar dessa ajuda toda, não passa de superficialidade. A solução da vida não está naquele local. O máximo que eles podem fazer é te ajudar a sobreviver mais um dia. E dar esperança através da religião.

Talvez a relação mais importante do filme seja entre Antonio Ricci e seu pequeno filho Bruno. Acompanhando o pai desde o começo, Bruno se mostra como o personagem mais esperto, seguro e preparado, apesar da pouca idade. Estava consciente o tempo todo que havia pouco dinheiro e mesmo esfomeado, ficou ao lado do pai, sem roubar ou fugir em nenhum momento. Mas, mesmo assim, é apenas uma criança. Não resistiu em competir o poder com uma criança rica do restaurante que ele parou para comer e se enfureceu quando seu pai lhe esbofeteou sem um motivo aparente. Mas até mesmo quando o pai é pego roubando em flagrante, mesmo decepcionado com toda a desventura errônea que o pai faz, o amor que nutria pelo mesmo se mostrou mais forte e inabalável.

Mas o principal do filme pode ser visto também na ética aplicada por Ricci em toda sua desventura. Num meio em que o valor da profissão sai do sujeito (Ricci) e vai para o objeto (bicicleta), se dá bem aquele que for mais malandro. Para tentar conseguir a bicicleta de volta, acusou pessoas injustamente, ameaçou um idoso dentro de uma igreja, brigou com um garoto no meio da rua até que o mesmo começasse a ter convulsões e caísse no chão, atrapalha o trabalho de pessoas, invade casas e, por fim, depois de ter fracassado, rouba uma bicicleta. A única coisa que o tornou diferente é que, dessa vez, um ladrão de bicicleta foi pego. E ele foi o tal. Mas mesmo assim, não deram queixa nele. Afinal, era mais um pobre. Tudo foi instinto de sobrevivência. Aquele que Ricci não perdoava no começo era o qual ele tinha se transformado. Toda sua honra e orgulho havia se desvalido. Era apenas mais um coitado.


obs: O filme não faz parte da coleção, mas foi objeto de estudo na faculdade e muito apreciado. Portanto, a resenha foi feita com a mesma atenção que meus próprios filmes.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Princesa e o Sapo

Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Filme estadunidense de 2009 produzido pela Disney. Têm como diretores John Musker e Ron Clements, diretores de outros desenhos famosos como Hércules, Aladdin e Pequena Sereia. Esse filme é o marco no renascimento das “Princesas da Disney” e das animações tradicionais (que não eram criados desde “Nem que a vaca Tussa” em 2004). Também inovou no cenário (New Orleans, capital do Jazz) e no fato que Tiana (a protagonista) é a primeira princesa afro-americana da Disney.

“Sabe o que a comida tem de boa? Ela reúne pessoas de todas as classes sociais.”

Para começar, Tiana não é princesa. Ela é a filha de 19 anos de uma simples costureira de New Orleans que tem como amiga a filha do mais rico comerciante da cidade, a mimada Charlotte. O maior sonho do pai dela (que passou para ela mesma) era ser cheff de seu próprio restaurante. Por isso, ela vive trabalhando muito para economizar e, assim, dar entrada em seu negócio. Não acredita no amor e muito menos acha que precisa dos homens.

“E eu tenho amigos do outro lado.”

Naveen é o príncipe de 20 anos da Maldônia (Macedônia + Malta). Foi deserdado pela família por não se casar, então vai até New Orleans aproveitar o jazz que lá oferece, se mostrando bem convencido e galante. Na rua, ele e seu serviçal Lawrence (que tanto o príncipe humilha) esbarram no mágico vodu Dr. Facilier. Fazendo jogo duplo, Facilier oferece todo o dinheiro que Naveen deseja enquanto oferece ao Lawrence a toda a humilhação que sofreu ao príncipe. Nisso, Naveen é transformado em sapo e Lawrence em Naveen. A idéia é casar com Charlotte e Lawrence dividir a fortuna com Facilier, mas para manter as aparências do príncipe, precisa de certa quantidade do sangue real no talismã negro. No fim das contas, o príncipe foge e tenta encontrar uma forma de se libertar.

“Aquela estrelinha é só responsável pela metade. O resto é só trabalho.”

Ao ser paga por Charlotte para servir na festa onde conhecerá o príncipe Naveen (que seria, na realidade, Lawrence), Tiana dá entrada no seu restaurante. Mas na própria festa ela recebe a notícia que alguém ofereceu uma proposta melhor a eles. Então, triste ela se recolhe para o quarto de Charlotte, encontrando o sapo (poeticamente) na varanda. Após ele oferecer dinheiro, ela o beija. E assim, ela vira sapa. Ele se enganou ao achar que ela era uma real princesa (pois ela estava fantasiada de uma) e havia mentido, não teria dinheiro para pagar o restaurante dela. Isso só faz com que os dois afundem em um conflito ao fugir dos humanos para a mata. Mas, antes de o sangue real acabar, Lawrence consegue fazer com que Charlotte aceite o pedido de casamento. Facilier pede aos amigos do outro lado para raptarem o sapo e assim pegarem mais sangue real com a promessa que eles teriam muitas almas para alfinetar.

“Eu por eles, eles por mim. E ninguém vai ficar para trás.”

Na mata, Tiana e Naveen conhecem o meigo crocodilo Louis (em homenagem ao Lous Armstrong), que tem como maior sonho tocar jazz com famosos, e o vagalume Ray (em homenagem ao Ray Charles), docemente apaixonado por Evangeline, a lua. Juntos, eles criam um laço de amizade que os permitiu vencer os caçadores de sapos atrapalhados e arranjarem uma solução em comum para seus problemas: encontrar a Mama Odie, que transformará os sapos e o crocodilo em humanos. Nesse meio tempo Tiana mostra o valor do trabalho e Naveen mostra como aproveitar a vida.

“Vocês precisam cavar fundo para assim encontrar o que precisam.”

Antes que as sombras os alcançassem, Mama os encontra e lhes dão a solução: ele deverá beijar Charlotte, que seria uma princesa (seu pai é o Rei do Carnaval) até meia noite. Mas, muito mais importante do que a solução, ela lhes deu um conselho: procurar aquilo que eles precisam, não apenas aquilo que eles querem. E isso eles tinham em comum: eles queriam dinheiro (cada um por um motivo diferente), mas eles precisam um do amor do outro.

“Os sonhos nem sempre se realizam”

Ao arranjarem um barco para voltar, como todos estão fantasiados, Louis consegue finalmente tocar com famosos. Naveen decide contar seu amor a Tiana, mas percebe que o sonho dela é mais importante, por isso, decide se casar com Charlotte para que ela tenha seu restaurante. No meio da viagem, ele é novamente raptado pelas sombras. Tiana encontra Naveen como humano (que era Lawrence) e decide ir embora. Ray, querendo provar a força do amor, vai atrás e descobre a existência do talismã, o roubando e entregando à Tiana, que entende a situação. Facilier vai atrás do talismã e mata Ray. Para conseguí-lo de volta, tenta convencer Tiana a trocar o talismã por seus sonhos. Ela não cai na lorota dele e destrói o colar. Assim, os “amigos do outro lado” buscam Facilier, que é morto também. Ela revela seu amor por Naveen na frente de Charlotte que se emociona e aceita beijá-lo por ela. Infelizmente já havia passado da meia noite e nada adianta. Tudo bem. Desde que fiquem juntos, eles aceitam.

“O amor sempre acha um caminho.”

No final, Ray se transforma em estrela e fica ao lado de Evangeline. Mama Odie casa os sapos, que ao se beijarem, se transformam em humanos (ao se casar, Tiana vira princesa, logo, o sapo beija uma real princesa). Assim, eles se casam novamente e a família real aceita Naveen de volta enquanto Tiana abre seu majestoso restaurante “Tiana’s Palace”. E, insistente como sempre, Charlotte não perde a esperança e começa a dar em cima no irmão caçula de Naveen (que tem seis anos). Por fim, o filme mostra que os contos de fadas estão muito além do dinheiro e ostentação. O necessário é realizar seus sonhos e ficar ao lado de seu amor.

sábado, 14 de agosto de 2010

Jurassic Park III


Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Filme estadunidense de 2001, é o primeiro da série dos dinossauros que não tem Steven Spielberg como diretor (estando apenas como produtor) e também não é usado o livro de Michael Crichton para a construção do filme. No World Stunt Awards, levou o Prêmio Bogey Award in Gold. Também levou o “melhor trabalho em água” pelo Bogey Awards e o Prêmio BMI Films Music. Hoje, o filme se encontra como a 119ª maior bilheteria de todos os tempos.

O filme volta acontecer na ilha Sorna, só que com o personagem principal do primeiro filme. O paleontólogo Alan Grant. Agora todos sabem da existência dos dinossauros na ilha e que é proibida a entrada de humanos lá. Alan agora é um palestrante pelo país afora e mentor de Billy, um jovem que cuida das descobertas de fosseis nos EUA. A Dra. Sattler (uma das protagonistas do primeiro filme) também aparece, só que dessa vez como mãe e esposa. Apesar do papel fundamental que ela tem na sobrevivência dos protagonistas desse filme, entende se que a aventura dela já acabou. É hora dela viver.

Grant é chamado para ser guia de um casal de aventureiros (Paul e Amanda Kirby) que gostaria de sobrevoar baixo a ilha de Sorna. Pelo dinheiro, ele aceita e leva Billy. Chegando à ilha, eles decidem pousar o avião (mesmo sob os protestos de Grant) e é nesse momento que tudo começa a dar errado. Os tripulantes do avião, mercenários contratados pelo casal, são devorados pelos dinossauros e a nave é estraçalhada. Depois, Grant descobre que na verdade, o casal veio atrás do filho (Erik) que havia se perdido na ilha há oito semanas. E, pelo visto, ainda teremos mais dinossauros pela frente.

No meio de muita ação, Grant encontra os laboratórios onde foram clonados os dinossauros e esbarra em Erik, estando com metade da missão concluída. Na luta pela sobrevivência, ele descobre também que Billy sabia da armação e que tinha ido à ilha para pegar os ovos de Velociraptors e vender (pagando assim, suas expedições por mais de dez anos). Nesse momento é perceptível o papel de Billy como John Hammond e Peter Ludlow. Mas o mesmo percebe seu erro e tenta revertê-lo. E consegue, provando seu valor. O filme termina com a Dra. Sattler enviando o exercito e a marinha para buscá-lo, depois de ter recebido uma ligação às custas de muito sangue de Alan Grant.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Jurassic Park II - O Mundo Perdido

Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

The lost World: Jurassic Park

Filme estadunidense de 1997, também tem como diretor Steven Spielberg e é (novamente) baseado no livro homônimo de Michael Crichton. Apesar de receber dez indicações aos prêmios de cinema dos EUA, não levou nenhum. Hoje é a 38ª maior bilheteria de todos os tempos. Nesse momento, a Ilha Nublar se mostra completamente destruída e seus animais mortos. Ninguém sabe da existência dos tais dinossauros graças à eficiente diretoria de InGen, responsável pelo parque.

Ian Malcolm volta a ser protagonista, sendo agora um profissional que perdeu a sua credibilidade por avisar ao mundo a existência de dinossauros e ninguém acreditar. Ele é chamado por John Hammond, que se mostra doente e aposentado da chefia da InGen. Depois de muita conversa, John se mostra preocupado mais com a natureza do que com o dinheiro, mostrando o quanto aprendeu com a última experiência no parque. Então ele quer mandar uma equipe para documentar os dinossauros da ilha Sorna (usada para fazer as clonagem dos dinossauros) e, assim, ter ao seu lado a opinião pública contra a própria InGen, que pretende escravizar e expor os dinossauros no continente. Ian só decide participar da equipe ao descobrir que sua namorada paleontóloga (Sarah) havia aceitado entrar na equipe e já havia partido para a ilha. É possível ver também os netos de John crescidos e (provavelmente) curados de todos os traumas que tiveram na aventura anterior.

Além de Ian e Sarah na equipe, tinham também um fotógrafo e um especialista em armas e a filha de Ian, que havia entrado de penetra. Ao descobrirem que uma equipe da InGen muito bem equipada já estava na ilha capturando animais, eles ficam horrorizados com a falta de respeito para com o habitat natural deles, mostrando o forte apelo ecológico do filme. Um dos caçadores da InGen tem como objetivo maior matar um tiranossauro Rex, então eles roubam um filhote e o prende. O que ele não esperava é que o acampamento da InGen fosse completamente destruído por vários dinossauros, dando tempo para que a turma de Ian tirasse o filhote da armadilha e os levassem para seu próprio acampamento para cuidar de seus machucados. Nova surpresa, os pais do filhote o encontram e destroem o acampamento deles também, matando o especialista em armas da equipe.

Assim, a InGen se une a equipe de Ian para chegarem juntos ao antigo centro de comunicações da ilha. Após muitos ataques e muitas mortes, eles conseguem chamar a equipe de resgate, mas não contavam com uma coisa: Peter Ludlow, comandante da equipe da InGen resolve levar o tiranossauro e seu filhote para San Diego, nos EUA. Novamente, tudo dá errado e os tripulantes do navio do tiranossauro morrem (lá não havia nenhum protagonista). Peter se vê no lugar de seu tio John Hammond. O navio arrebenta no porto, liberando o dinossauro na cidade, bem no estilo Godzilla. Então, Ian e Sarah roubam o filhote e o leva até outro navio pronto para sair do porto com a ajuda de Peter. Num momento não muito inteligente, Peter decide tirar o filhote do navio assim que o Rex entra. Obviamente ele foi morto, mas a ação deu certo e o dinossauro foi levado de volta para Sorna, sendo a ilha transformada no mais novo refúgio dos dinossauros.

sábado, 7 de agosto de 2010

Jurassic Park

Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Filme estadunidense de 1993, foi dirigido por Steven Spielberg e baseado no livro homônimo de Michael Crichton. Revolucionando os efeitos especiais, conta uma epopéia dos dinossauros ressuscitados por clonagem nos dias de hoje. Ganhou o Oscar de “melhores efeitos especiais”, “melhor som” e “melhores efeitos sonoros”, BAFTA em “melhores efeitos especiais”, Prêmio Saturno em “melhor diretor”, “melhor filme de ficção científica”, “melhor roteiro” e “melhores efeitos especiais” e levou também o “melhor filme estrangeiro” pela Academia Japonesa de Cinema. O filme fez tanto sucesso que foi a maior bilheteria de todos os tempos na época e hoje é a 14ª maior de todas.

John Hammond é um ambicioso criador de parques que, ao encontrar um mosquito pré-histórico conservado em âmbar, percebe a oportunidade de usar o DNA contido dentro do inseto para recriar os dinossauros e formar um parque de diversões com os dinos como animais. Mas para isso ele precisa vencer algumas burocracias, então ele chama dois paleontólogos (Dr. Grant e Dra. Sattler) para darem seu parecer, um matemático (Ian), um administrador da seguradora e seus dois netos Lex e Tim, para fazerem o primeiro passeio no parque.

Para manter os dinossauros no controle, foram criadas somente fêmeas e todos não seriam capazes de criar lisina no corpo, sendo necessária a alimentação especializada dos cientistas. Mais tarde será perceptível que o controle não funciona e os animais começam a reproduzir entre si. O matemático se mostra mais preocupado com a manutenção da vida dos dinossauros do que com a criação deles. Os paleontólogos concordam e eles também passam certo tempo meditando sobre o fato que a própria carreira deles estaria extinta e eles teriam que “evoluir”.

O problema começou quando um importante empregado encarregado na segurança do parque (Nedry) se vende por dinheiro (achava que ganhava mal para tamanha importância dele). Então, para poder pegar o DNA dos dinossauros (pelo qual ele foi pago), ele desliga toda a proteção do lugar, abandonando os outros à própria sorte. Para piorar o cenário, começa a rolar uma tempestade devastadora na ilha. Nem é preciso dizer que Nedry é um dos primeiros a morrer, devoradora por um dinossauro, após de se perder na tempestade.

Os outros, com seus transportes paralisados no meio do parque, lutam a todos os modos por suas próprias sobrevivências, sobrando apenas os paleontólogos, o matemático e John e seus netos, que fugiram em um helicóptero. Abandonado, mais tarde o parque foi destruído e os dinossauros mortos por falta de lisina. Apesar do estilo hollywoodiano do filme, é clara a moral da história criada por Spielberg: a natureza não pode ser controlada.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Apanhador de Sonhos

Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Dreamcatcher

Filme estadunidense produzido em 2003, é mais uma adaptação de Stephen King para o cinema. Foi, em geral, fiel ao livro, mas dividiu os fãs no cinema por ser uma ficção científica, não um terror psicológico, como era o esperado. Apesar do roteiro monótono, os efeitos especiais são intensos e o realismo do filme foi capaz de causar enjôos e náuseas para quem via o filme.

Duddits é, talvez, o principal personagem do filme. Pode não aparecer muitas vezes, mas sua presença é firme durante o filme inteiro. Com síndrome de Down, tinha a aparência frágil e indefesa. Depois que Beav, Jonesy, Henry e Pete o salva de alguns garotos, se tornam próximo o resto da vida. Não somente isso, como Duddits também deu a cada um o dom da telepatia, no qual eles poderiam ouvir o pensamento um do outro e mais um dom especifico que não foi completamente esclarecido.

Depois de algum tempo separado, os quatro se reúnem na cabana que têm na neve para conversar e caças, reunião essa que foi atrasada pelo atropelamento de Henry provocado por Duddits (ou pela miragem do próprio). O conflito do filme começa com a presença de um vírus que invadia humanos e animais. Logo depois, percebem que os militares cercaram o local e estão em quarentena. Porém, é quando recebem um homem aparentemente doente (e fedorento) na cabana que eles selam seus destinos.

Beav é o primeiro a morrer, pela imprudência de correr atrás de um palito de dente usado por ele para mastigar. Assim, o monstro invade o corpo de Jonesy (não consegue matá-lo por achar que ele já estava morto – por causa do atropelamento) e tenta arranjar uma forma de sair da tal quarentena. Logo nasce o conflito na mente de Jonesy, que tinha o poder de separar suas lembranças em locais específicos da mente. As lembranças consideradas verdadeiros segredos foram trancadas à distância do ET. Pete, que havia sobrevivido por causa de seu dom de saber a direção de onde estão as coisas, é morto pelo monstro por insistir em não contar o tal segredo escondido na mente de Jonesy.

Paralelamente, ocorre todo um planejamento militar para a contenção do monstro. É nesse ponto que descobrimos que os quatro amigos não são o ponto principal do conflito, mas sim parte dele. Abe Curtis é o militar que enlouqueceu por passar tanto tempo atrás de alienígenas e ser afastado do cargo após de chegar tão perto de um.

Henry é posto dentro do campo onde estão as outras pessoas contaminadas (pelo visto, ele não se contaminou) após de botar fogo na própria cabana (e impedir que os vermes e seus ovos se multipliquem) e descobre que Abe que explodir o lugar e matar a todos. Nisso, com seu dom de manipular os sentimentos das pessoas, acaba por convencer um soldado a soltá-lo e ajudar a achar e matar o monstro. Nisso, Curtis enlouquece de vez e faz de tudo para matar o soldado que se opôs a sua ordem.

Num plano inteligente, o monstro segue à caminho do tratamento de água de Boston, onde colocaria um verme no encanamento e assim envenenaria o mundo todo. Henry finalmente percebe que o monstro é o tal Mister Gray que tanto Duddits falava e o busca para sair atrás do monstro (que foi facilmente encontrado graças á ligação telepática entre Jonesy e Henry). Ao chegar, o soldado se dispõe a matar o monstro, mas acaba encontrando Curtis no helicóptero, no qual entram em uma luta intensa que acaba com os dois mortos. Mas a verdadeira surpresa do filme acontece quando o ET sai do corpo de Jonesy (que continua vivo) e Duddits se revela outro ET, na qual eles lutam até se implodirem e a ameaça alienígena acaba.

Acima de tudo, o filme é uma experiência de Stephen King no campo da ficção científica. É perceptível o uso do jogo da mente e a importância dada ao caráter das pessoas. Mas também é visível que a paranormalidade não é o foco do filme, mas apenas uma ‘marca ilustrada’ do próprio autor. Só pra não perder o gostinho.