Ludwig Van Beethoven é um grande músico alemão. Conhecido por suas sinfonías e únicas e temperamento fora do padrão, é considerado um dos mais importantes músicos do ocidente. O filme dá uma pincelada no que foi a vída pessoal de Ludwig dando mais emoção aquelas 5ª, 7ª e 9ª sínfonia.
Tudo no filme roda em volta do testamento de Beethoven. De acordo com o documento, toda sua fortuna (financeira e musical) iria para a sua Amada Imortal. O problema é que Ludwig era um amante de primeira e conhecido por nunca ter amado ninguém. O final é impressionante. Não dá para saber onde termina a realidade e onde começa a ficção, mas dá para se deliciar com o show de atuação de Gary Oldman (também conhecido por sua atuação como Drácula, condenado Lee Harvey Oswald pela morte de JFK, Sirius Black e Comissário Gordon). De quebra, ainda tem como uma das principais atrizes do filme Isabela Rosselini, filha da estrela do filme Casablanca, Ingrid Bergman, com o famoso diretor italiano Roberto Rosselini.
O incrivel do filme é ver como é a relação do músico com a sua doença (quase uma maldição): a surdez. Num tempo onde não havia tecnologia que o ajudasse, ele teve que ser virar sozinho e acabou por se isolar. E mesmo surdo, foi capaz de compor a 9ª sinfonía, considerada sua obra prima. E o filme foi capaz de transpor toda essa dor e felicidade, tirando a coroa de Ludwig, mas jamais desmerecendo seu talento.
Caso tenha interesse em ver as cartas de Ludwig Van Beethoven para a sua Amada Imortal, leia no blog Sanhas.
Veja aqui o pedaço do filme em que Beethoven toca sua 9ª sinfonía:
O violino vermelho tem como inspiração o Red Mendelssohn, um violino que hoje pertence a Elizabeth Pitcairn. Ele foi comprado pelo avô dela por 1,7 milhões de libras em um leilão de Londres e possui uma listra vermelha que ninguém sabe de onde veio.
Tudo começa com Nicolo Bussotti na Itália em 1681. Ele, que trabalha na confecção de violinos, constrói um para o filho dele que está prestes a nascer. Acontece que o destino foi cruel e Anna, a mulher dele, e o bebê morrem no parto. Inconformado, ele usa o sangue dela para envernizar o violino e o vende. E assim se inicia toda a saga do instrumento musical que acaba em um leilão nos dias atuais. E com uma fama enorme. As histórias do violino tiveram como base o Tarot da criada da mulher de Bussotti. Ao ler o futuro de Anna, as cartas acabaram mostrando a jornada do violino. E cada uma dessas cartas conta a história de uma pessoa.
A primeira carta é a Lua conta da Própria Anna, mostrando a longa jornada que teria pela frente. Uma viagem demorada e dolorida. Logicamente a carta se referia ao prório violino, por carregar o sangue de Anna para sempre.
A segunda carta é o enforcado, que conta a história de Kaspar Weiss, um jovem vienense. De acordo com tal carta, ele teria um dom incrível, mas pereceria de uma doença. Tudo começa com a compra do violino por um orfanato. Depois de 100 anos passando o violino de criança pra criança, uma (Kaspar) enfim passa a tocar genialmente bem. Então o orfanato leva a criança para um professor musical que o ensina todas as tecnicas possíveis. Ele tem o coração fraco e se torna completamente dependente do violino. O professor, preocupado com suas contas (já se encontra endividado) faz de tudo para treinar o garoto para se apresentar para a família real e conseguir o investimento de um Mecenas. No dia da apresentação o garoto morre por causa do coração e é enterrado com o violino. É interessante perceber que essa é a época de ouro da cultura vienense, com Mozart tendo morrido em pouco tempo.
A terceira é o Diabo. De acordo com a carta, é uma época de luxo e luxúria, levado pelo além mar. Na história, os ciganos desenterram o piano e vão parar na residencia do lorde Frederik Pope, na Inglaterra. Ele é violinista egoísta e mimado. Tem como sua musa uma escritora que o deixa para escrever na Rússia. Ela era a inspiração para a música dele, quando se vai, ele passa a não tocar mais. Até que o dia ela volta pra ele e o vê tocando o violino, descobrindo que ele tinha arranjado uma nova inspiração (outra mulher). Num acesso de loucura, ela pega a arma e atira no violino, como se ele fosse o culpado por tudo.
A quarta é a história de Xiang Pei, em Shanguai. A carta é Justiça que diz que ela será culpada por um processo e que o fogo é o inimigo. O criado de Frederik é chines e vende o violino para uma loja em Shangai. A mãe de Xiang o compra para a filha. Depois de um tempo, a filha, já mulher, se vê como uma das líderes de Mao Tsé Tung. Nessa época, violino e todos os instrumentos musicais estrangeiros eram inimigos e deveriam ser queimados. Por isso ela esconde o violino, mas quando o descobrem, ela foge e o entrega de volta para o dono da loja. Para ela, o violino "pertence a uma época que já não existe mais".
A quinta e ultima carta é a história de Moritz (Samuel L. Jackson), arqueologista da Duval, leilão de Londres. De acordo com a carta, essa seria a última viagem de Anna, com muito dinheiro e vários erros. O dono da loja em shangai é encontrado morto e todo seu acervo é pego pela Duval. Moritz percebe que tem em mãos o famoso violino vermelho, e na hora do leilão troca de violinos para ficar com ele. É interessante ver os personagens que lutam pelo (falso) violino. Um maestro colecionador (que ganha), um representante da Fundação Pope e uns chineses. Todos partes da história do violino. Peças da vida de um único instrumento musical.
Esse filme já foi eleito por diversas listas de cinemaníacos como um dos mais confusos e estranhos filmes famosos já criados. Eu concordo com o fato de ser confuso, mas não vejo como um ponto negativo. Pelo contrário. É um filme quebra cabeça que, além de tudo, teve espaço para fazer uma crítica social ao preconceito, bullying e "caretice".
No site do New York Times tem bons comentários sobre o filme. Não deixem de ler, é só clicar aqui.
O elenco é fantastico, Jake Gyllenhaal é Donnie e não consigo imaginar outro no lugar dele. Maggie Gyllenhaal, sua irmã (tanto no filme como na vida real) também está no filme. Outros bem famosos, como Drew Barrymore e Patrick Swayze também compõem o filme.
Tudo gira em torno do seguinte: isolamento e doença. Uma coisa leva a outra. Mas o filme gera uma dúvida sobre se a sociedade é ou não responsável pelo isolamento e, consequentemente, pela doença. Donnie Darko é, desde o começo do filme, um garoto problemático. Ele é agressivo e, apesar de ter amigos e uma família nos padrões "american way of life" vive uma infelicidade extrema. Então os pais os colocam no psiquiatra, que o declara como esquizofrênico (para conhecer um pouco da doença, veja no wikipédia).
Mas conforme o filme vai passando, é possível perceber que não é uma doença somente, mas sim uma espécie de vidência. Ela conta com diversas teorías fisicas (sendo uma delas a de Stephen Hawking, na qual diz que você pode quebrar a barreira do tempo num buraco de minhoca) e é resolvido com a teoria do "efeito borboleta" (o que combina bem com a confusão do filme, já que provém da teoria do caos).
É bem interessante perceber a critica social forte em uma sociedade que se diz revolucionária e progressista aparecer como conservadora e religiosa. Mas até nesses reacionários se mostram politizados (principalmente quando a professora desiste de levar as crianças para o campeonato de dança para defender um Patrick Swayze acusado de pedofilia - no filme, é claro). Sem contar os preconceitos raciais (com a menina chinesa - ela era mesmo chinesa?).
No final, percebe-se também que o coelho pavoroso e malvado Frank, fruto da "imaginação" de Donnie acabou por fazer mais bem do que qualquer outro personagem. Ele inundou a escola para que Donnie conhecesse a mulher da sua vida (ironia pura, pois no fim - para que ela vivesse - eles não poderiam se conhecer) e botou fogo na casa do pedofilo para que todos conhecessem a câmara obscura sexual (tudo pelas mãos do confuso Donnie). Mas fiquei com uma pergunta na cabeça: então era o destino que Donnie morresse pela turbina do avião? Ele era mesmo um amaldiçoado? Mesmo com dois universos "paralelos" acontecendo? Que azar, viu?
ps: encontrei um esquema que pode ajudar as pessoas a entenderem melhor o filme, é só clicar aqui para vê-lo.
Lucien Ginzburg, vulgo, Serge Gainsbourg foi um dos mais conhecidos compositores franceses. Acostumado a trocar os ritmos musicais com a mesma freqüência que criava canções polêmicas, conquistou facilmente grandes mulheres da sua época (Juliette Gréco, Catherine Deneuve e Brigitte Bardot foram algumas delas), mas teve como sua principal musa Jane Birkin.
“Perverter a juventude, isso eu quero.”
O filme, em homenagem a esse compositor quase esquecido pelo mundo afora, consegue resgatar uma França boêmia e glamorosa a partir da vida dele. O filme conta com belas imagens de pessoas bem vestidas e lugares luxuosos, envoltos a muita bebida e cigarro.
Joan Sfar foi o diretor do filme. Ele já era conhecido por seus desenhos na frança e pôde imprimir sua marca no filme, criando o alter ego de Gainsbourg, um grande orelhudo e narigudo ser animado que tinha a clara intenção de acentuar os defeitos do cantor e que podia comandar sua arte. Aliáis, uma arte egoísta, por assim dizer. O que fosse necessário para o sucesso Lucien e seu amigo orelhudo fariam para chegar até lá. E o auge foi com a música Je T'aime... Moi non plus.
Trazendo uma narrativa completamente diferente das biografias épicas que vemos, o filme inova apostando em personagens animados cômicos sem tornar o filme engraçado e em uma bela direção de arte, tornando o filme mais belo a cada minuto que passa. A atuação dos atores Erik Elmosnino (que levou o prêmio César de melhor ator pelo filme), Laetitia Casta (tão bela que foi escolhida para ser o rosto de Marianne, a imagem da República Francesa) e Lucy Gordon (que se suicidou após as filmagens).
De acordo com alguns meios de comunicação, o filme também relançou alguns estilos próprios das atrizes Bardot e Birkin. Leia mais sobre isso clicando aqui.