segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Minha Amada Imortal


Ludwig Van Beethoven é um grande músico alemão. Conhecido por suas sinfonías e únicas e temperamento fora do padrão, é considerado um dos mais importantes músicos do ocidente. O filme dá uma pincelada no que foi a vída pessoal de Ludwig dando mais emoção aquelas 5ª, 7ª e 9ª sínfonia.

Tudo no filme roda em volta do testamento de Beethoven. De acordo com o documento, toda sua fortuna (financeira e musical) iria para a sua Amada Imortal. O problema é que Ludwig era um amante de primeira e conhecido por nunca ter amado ninguém. O final é impressionante. Não dá para saber onde termina a realidade e onde começa a ficção, mas dá para se deliciar com o show de atuação de Gary Oldman (também conhecido por sua atuação como Drácula, condenado Lee Harvey Oswald pela morte de JFK, Sirius Black e Comissário Gordon).  De quebra, ainda tem como uma das principais atrizes do filme Isabela Rosselini, filha da estrela do filme Casablanca, Ingrid Bergman, com o famoso diretor italiano Roberto Rosselini.

O incrivel do filme é ver como é a relação do músico com a sua doença (quase uma maldição): a surdez. Num tempo onde não havia tecnologia que o ajudasse, ele teve que ser virar sozinho e acabou por se isolar. E mesmo surdo, foi capaz de compor a 9ª sinfonía, considerada sua obra prima. E o filme foi capaz de transpor toda essa dor e felicidade, tirando a coroa de Ludwig, mas jamais desmerecendo seu talento.

Caso tenha interesse em ver as cartas de Ludwig Van Beethoven para a sua Amada Imortal, leia no blog Sanhas.

Veja aqui o pedaço do filme em que Beethoven toca sua 9ª sinfonía:

domingo, 21 de agosto de 2011

O Violino Vermelho


Uma aula de história. É nisso que se resume o filme O Violino Vermelho.

O violino vermelho tem como inspiração o Red Mendelssohnum violino que hoje pertence a Elizabeth Pitcairn. Ele foi comprado pelo avô dela por 1,7 milhões de libras em um leilão de Londres e possui uma listra vermelha que ninguém sabe de onde veio.

Tudo começa com Nicolo Bussotti na Itália em 1681. Ele, que trabalha na confecção de violinos, constrói um para o filho dele que está prestes a nascer. Acontece que o destino foi cruel e Anna, a mulher dele, e o bebê morrem no parto. Inconformado, ele usa o sangue dela para envernizar o violino e o vende. E assim se inicia toda a saga do instrumento musical que acaba em um leilão nos dias atuais. E com uma fama enorme. As histórias do violino tiveram como base o Tarot da criada da mulher de Bussotti. Ao ler o futuro de Anna, as cartas acabaram mostrando a jornada do violino. E cada uma dessas cartas conta a história de uma pessoa.

A primeira carta é a Lua conta da Própria Anna, mostrando a longa jornada que teria pela frente. Uma viagem demorada e dolorida. Logicamente a carta se referia ao prório violino, por carregar o sangue de Anna para sempre. 

A segunda carta é o enforcado, que conta a história de Kaspar Weiss, um jovem vienense. De acordo com tal carta, ele teria um dom incrível, mas pereceria de uma doença. Tudo começa com a compra do violino por um orfanato. Depois de 100 anos passando o violino de criança pra criança, uma (Kaspar) enfim passa a tocar genialmente bem. Então o orfanato leva a criança para um professor musical que o ensina todas as tecnicas possíveis. Ele tem o coração fraco e se torna completamente dependente do violino. O professor, preocupado com suas contas (já se encontra endividado) faz de tudo para treinar o garoto para se apresentar para a família real e conseguir o investimento de um Mecenas. No dia da apresentação o garoto morre por causa do coração e é enterrado com o violino. É interessante perceber que essa é a época de ouro da cultura vienense, com Mozart tendo morrido em pouco tempo.

A terceira é o Diabo. De acordo com a carta, é uma época de luxo e luxúria, levado pelo além mar. Na história, os ciganos desenterram o piano e vão parar na residencia do lorde Frederik Pope, na Inglaterra. Ele é violinista egoísta e mimado. Tem como sua musa uma escritora que o deixa para escrever na Rússia. Ela era a inspiração para a música dele, quando se vai, ele passa a não tocar mais. Até que o dia ela volta pra ele e o vê tocando o violino, descobrindo que ele tinha arranjado uma nova inspiração (outra mulher). Num acesso de loucura, ela pega a arma e atira no violino, como se ele fosse o culpado por tudo.

A quarta é a história de Xiang Pei, em Shanguai. A carta é Justiça que diz que ela será culpada por um processo e que o fogo é o inimigo. O criado de Frederik é chines e vende o violino para uma loja em Shangai. A mãe de Xiang o compra para a filha. Depois de um tempo, a filha, já mulher, se vê como uma das líderes de Mao Tsé Tung. Nessa época, violino e todos os instrumentos musicais estrangeiros eram inimigos e deveriam ser queimados. Por isso ela esconde o violino, mas quando o descobrem, ela foge e o entrega de volta para o dono da loja. Para ela, o violino "pertence a uma época que já não existe mais".

A quinta e ultima carta é a história de Moritz (Samuel L. Jackson), arqueologista da Duval, leilão de Londres. De acordo com a carta, essa seria a última viagem de Anna, com muito dinheiro e vários erros. O dono da loja em shangai é encontrado morto e todo seu acervo é pego pela Duval. Moritz percebe que tem em mãos o famoso violino vermelho, e na hora do leilão troca de violinos para ficar com ele. É interessante ver os personagens que lutam pelo (falso) violino. Um maestro colecionador (que ganha), um representante da Fundação Pope e uns chineses. Todos partes da história do violino. Peças da vida de um único instrumento musical.

Veja o trailer:


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Donnie Darko


Esse filme já foi eleito por diversas listas de cinemaníacos como um dos mais confusos e estranhos filmes famosos já criados. Eu concordo com o fato de ser confuso, mas não vejo como um ponto negativo. Pelo contrário. É um filme quebra cabeça que, além de tudo, teve espaço para fazer uma crítica social ao preconceito, bullying e "caretice".

No site do New York Times tem bons comentários sobre o filme. Não deixem de ler, é só clicar aqui.

O elenco é fantastico, Jake Gyllenhaal é Donnie e não consigo imaginar outro no lugar dele. Maggie Gyllenhaal, sua irmã (tanto no filme como na vida real) também está no filme. Outros bem famosos, como Drew Barrymore e Patrick Swayze também compõem o filme.

Tudo gira em torno do seguinte: isolamento e doença. Uma coisa leva a outra. Mas o filme gera uma dúvida sobre se a sociedade é ou não responsável pelo isolamento e, consequentemente, pela doença. Donnie Darko é, desde o começo do filme, um garoto problemático. Ele é agressivo e, apesar de ter amigos e uma família nos padrões "american way of life" vive uma infelicidade extrema. Então os pais os colocam no psiquiatra, que o declara como esquizofrênico (para conhecer um pouco da doença, veja no wikipédia).

Mas conforme o filme vai passando, é possível perceber que não é uma doença somente, mas sim uma espécie de vidência. Ela conta com diversas teorías fisicas (sendo uma delas a de Stephen Hawking, na qual diz que você pode quebrar a barreira do tempo num buraco de minhoca) e é resolvido com a teoria do "efeito borboleta" (o que combina bem com a confusão do filme, já que provém da teoria do caos).

É bem interessante perceber a critica social forte em uma sociedade que se diz revolucionária e progressista aparecer como conservadora e religiosa. Mas até nesses reacionários se mostram politizados (principalmente quando a professora desiste de levar as crianças para o campeonato de dança para defender um Patrick Swayze acusado de pedofilia - no filme, é claro). Sem contar os preconceitos raciais (com a menina chinesa - ela era mesmo chinesa?).

No final, percebe-se também que o coelho pavoroso e malvado Frank, fruto da "imaginação" de Donnie acabou por fazer mais bem do que qualquer outro personagem. Ele inundou a escola para que Donnie conhecesse a mulher da sua vida (ironia pura, pois no fim - para que ela vivesse - eles não poderiam se conhecer) e botou fogo na casa do pedofilo para que todos conhecessem a câmara obscura sexual (tudo pelas mãos do confuso Donnie). Mas fiquei com uma pergunta na cabeça: então era o destino que Donnie morresse pela turbina do avião? Ele era mesmo um amaldiçoado? Mesmo com dois universos "paralelos" acontecendo? Que azar, viu?

ps: encontrei um esquema que pode ajudar as pessoas a entenderem melhor o filme, é só clicar aqui para vê-lo.


domingo, 7 de agosto de 2011

Gainsbourg - Vie Héroique



Lucien Ginzburg, vulgo, Serge Gainsbourg foi um dos mais conhecidos compositores franceses. Acostumado a trocar os ritmos musicais com a mesma freqüência que criava canções polêmicas, conquistou facilmente grandes mulheres da sua época (Juliette Gréco, Catherine Deneuve e Brigitte Bardot foram algumas delas), mas teve como sua principal musa Jane Birkin.

“Perverter a juventude, isso eu quero.”

O filme, em homenagem a esse compositor quase esquecido pelo mundo afora, consegue resgatar uma França boêmia e glamorosa a partir da vida dele. O filme conta com belas imagens de pessoas bem vestidas e lugares luxuosos, envoltos a muita bebida e cigarro.

Joan Sfar foi o diretor do filme. Ele já era conhecido por seus desenhos na frança e pôde imprimir sua marca no filme, criando o alter ego de Gainsbourg, um grande orelhudo e narigudo ser animado que tinha a clara intenção de acentuar os defeitos do cantor e que podia comandar sua arte. Aliáis, uma arte egoísta, por assim dizer. O que fosse necessário para o sucesso Lucien e seu amigo orelhudo fariam para chegar até lá. E o auge foi com a música Je T'aime... Moi non plus.

Trazendo uma narrativa completamente diferente das biografias épicas que vemos, o filme inova apostando em personagens animados cômicos sem tornar o filme engraçado e em uma bela direção de arte, tornando o filme mais belo a cada minuto que passa. A atuação dos atores Erik Elmosnino (que levou o prêmio César de melhor ator pelo filme), Laetitia Casta (tão bela que foi escolhida para ser o rosto de Marianne, a imagem da República Francesa) e Lucy Gordon (que se suicidou após as filmagens).

De acordo com alguns meios de comunicação, o filme também relançou alguns estilos próprios das atrizes Bardot e Birkin. Leia mais sobre isso clicando aqui.