domingo, 14 de novembro de 2010

Dança dos Vampiros

Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

The fearless Vampire Killers


Filme estadunidense de 1966, dirigido e protagonizado por Roman Polanski. Foi graças a esse filme que o diretor se casou com a atriz Sharon Tate em 1968. Ela era um dos maiores sexy simbols da época e foi morta a facadas em 1969, grávida de oito meses, pelo famoso serial killer Charles Manson. Principalmente pela história de Polanski, que não só sofreu esse episódio, como já havia passado pelo holocausto da Segunda Guerra Mundial (era um judeu polonês e sua mãe morreu no campo de concentração). Em 1978, saiu dos Estados Unidos para sempre, ao ser acusado de pedofilia por uma garota de 13 anos (enquanto ele tinha 43 no momento). Então, é possível entender a aura que rodeia o filme além da divertida história que ele já o é.

Livremente baseado no conto do Drácula de Bram Stocker, Polanski faz o papel de Alfred, um jovem inexperiente, covarde e apaixonado por Sarah (Tate), filha dos receptivos donos da casa em que se encontrava para o estudo de vampirismo. Tem como mentor o Alfronsius, com aparência bastante semelhante à de Albert Einstein. Ambientado na própria Transilvânia, eles encaram Von Krolock, que os recebe muito bem. E lá, finalmente afirmam suas suspeitas sobre a existência de vampiros e tenta matar a todos eles (Von é um deles).

No meio disso, Sarah é raptada e levada pro castelo de Von Krolock, o pai de Sarah, Sr. Shagal, é transformado em vampiro e Herbert, filho de Von, se apaixona por Albert. Assim, se inicia um rodeio que mistura comédia e terror constantemente. Com poucos diálogos e muita música, o expectador é capaz de rir com as reações bizarras de cada personagem (como um gritinho bem afiado de Albert e uma Sra. Shagal batendo a cabeça na parede de tanta tristeza pela morte do marido). E os vampiros peculiares? Sr. Shagall, que é judeu, quando vampiro, não tem medo da cruz. Herbert é um vampiro homossexual. Von Krolock é um vampiro culto, interessado em ciências naturais (principalmente em morcegos), chegando até a pedir um autógrafo para Alfronsius. Também conta algumas críticas cômicas, como o papo de um vampiro orador ser bem próximo a de um pastor (com a clara diferença que, enquanto um fala de Deus, o outro fala de Lúcifer) e a falta de banho do povo local, quando o pai de Sarah insiste em espancá-la por ela gostar de tomar banho toda hora (a garota vive na banheira).

Por fim, depois de cenários exageradamente empoeirados, personagens extremamente caricatos e um recurso bastante utilizado de fazer a imagem ficar acelerada, os objetivos dos personagens são descritos: Von Krolock quer dominar a terra com os vampiros e Alfronsius quer impedir que o mal vampiresco se espalhe pelo mundo. Pena, pois no final, Sarah se revela vampira e morde Alfred. Alfronsius não vê e acaba levando os dois para fora da Transilvânia, acabando por espalhar o mal que tanto tentou deter.

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