terça-feira, 2 de novembro de 2010

Noiva Cadáver

Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Tim Burton’s Corpse Bride

Animação musical estadunidense de 2005 dirigido por Tim Burton. Foi a primeira animação em stop motion a usar o programa Final Cut da Apple para ser construída. Teve, para a dublagem de seus protagonistas, John Depp (ator preferido de Tim Burton) e Helena Boham Carter (esposa de Tim Burton), ambos talentosos atores.

A história é baseada num conto russo judaico, ambientado numa Inglaterra Vitoriana. Fazendo o uso de cores, conseguiu criar uma critica social ao mostrar uma Inglaterra cinza, sombria, pouco receptiva e solitária com o uso do tom acinzentado. Já no mundo dos mortos, colorido, animado e musical, os espectadores poderiam criar uma afinidade maior, apesar de suas peculiaridades assustadoras (larvas dentro de cérebros, corpos pela metade e cabeças falantes). Acrescentando um amor platônico e o contraste das cores com a natureza e a música, o filme consegue ser romântico e macabro ao mesmo tempo. E consegue mostrar do que o amor e a ganância são capazes.

Na critica social, temos personagens caricatos da sociedade Londrina da época. Um casal, parte da nobreza, aceita pela sociedade, arranja um casamento (a contra gosto) para a única filha que têm: Victória. Por falta de dinheiro, é claro. O casal rico, comerciante de peixes, aceita casarem seu único filho: Victor. Para serem aceitos no high society, é claro. Os dois não poderiam ser mais caricatos: Victória é humilde, melancólica e educada; Victor é covarde, estabanado e tímido. Nessa história também entra o Lorde Barkis, com toda a pompa que um vilão deve ter. A diferença é que, ao invés de Victor e Victória sofrerem com o casamento e se odiarem, acabam gostando um do outro e desejando se casarem o mais rápido possível. Só que, na troca de votos de casamento, Victor se atrapalha todo e tudo dá errado. Ele sai correndo para a floresta e deixa o caminho aberto para Lorde Barkis (que acreditava que Victória e sua família eram riquíssimas) pedi-la em casamento. Seus pais, que acreditam na riqueza de Lorde Barkis, aceitam e tudo acontece.

Na floresta, depois de toda a confusão, Victor, frustrado por sua covardia, treina os votos de casamento e, sem querer, acaba pedindo à Emily, uma morta, em casamento. O maior sonho dela era se casar com alguém que a ama, após de ter sido morta vestida de noiva por um rapaz que só queria roubar seu dinheiro. Quando Victor a pede em casamento, ela reecontra o seu amor (ou, pelo menos, ela acredita nisso) e insiste em fifcar com ele para sempre. Acaba o levando para o mundo dos mortos, no qual ele conhece boas pessoas, revê seu velho cachorro Sparks (agora como esqueleto puro) e acaba aceitando um casamento real (que só pode acontecer se as duas pessoas tiverem vivas ou igualmente mortas) ao saber que Victória vai se casar com o Lorde. Nesse casamento, ele tomaria um veneno, para morrer e ficar com Emily para sempre. Mas tudo com uma única condição, eles deviam se casar no mundo dos vivos.

No mesmo tempo em que volta para o seu mundo, Lorde Barkis descobre que Victória não é rica e a renega. Ela acaba vendo o casamento de Victor e Emily vê o amor que nutre nos olhos de Victória por ele. Assim, Emily desiste do casamento sabendo que não seria certo destruir um amor verdadeiro. Já bastava o seu destruído. Por fim, descobre que Lorde Barkis foi o responsável por sua morte. Ele acabou morrendo também, após de tomar o veneno achando que era vinho. E morre novamente após os mortos o atacar pelo que havia feito com Emily. Assim, com a vingança feita e o coração em paz, a noiva cadáver tem sua apoteose e se livra do mundo dos mortos para fazer parte da natureza. Nada como o amor para deixar uma Inglaterra cinzenta e industrial, mas bonita e colorida. Não que eles realmente conseguissem, mas a tentativa foi boa.

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