sábado, 12 de novembro de 2011

Salvador



Puig Antich, que tinha como codinome Salvador, era um revolucionário catalão em plena ditadura de Franco na Espanha. O filme, que levou o prêmio Goya de melhor roteiro adaptado, conta a história dele, focando no lado humano do anarquista. Ele foi a última pessoa a ser morta pelo garrote vil no país, um aparelho que enforca a pessoa com um colar, levando-a ao encontro de um prego que quebra o pescoço.  A atuação de Daniel Brülh como personagem principal foi essencial. Ele já era conhecido por ter participado de filmes como Adeus, Lênin e Bastardos Inglórios e se destacou nesse papel.


Puig atuou na década de 60 como Robin Hood, assaltando bancos para financiar sua luta contra o malévolo governo.  Só que esse ideal era um pouco vazio, ingênuo. Ele e o grupo lutavam em busca de algo que nem eles mesmos acreditavam. Uma busca de uma liberdade inocente, que nunca existiu.

É interessante ver o sentimentalismo sem clichê que rola no filme. A preocupação do Puig para com sua irmã mais nova. A dor do pai, que também já foi condenado à morte, mas libertado de última hora. E, por fim, o sofrimento das outras irmãs em ver o caçula sendo exterminado.

De forma geral, o essencial é perceber como a vida de um jovem politizado pode ser frágil na mão de políticos que necessitam de um bode expiatório e com a cabeça cheias de ideias que nunca virão a tona. Só não podemos esquecer que o mundo é feito de pessoas assim, que vão atrás de seus ideais, e de alguma forma, acabam modificando a história. Puig tentou e pagou caro por isso, mas não creio que ele voltaria atrás. Pelo menos, o filme nos convence isso. 

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