segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Tempero da Vida



Comida tem tudo a ver com experiência de vida, certo? Certíssimo. E quem melhor do que gregos e turcos para dizer isso? Istambul, capital da Turquia, que foi o império romano do oriente (Bizantino) e sobreviveu até mesmo à queda de Roma, possui uma gastronomia riquíssima e exótica. Atenas, capital da Grécia, nem preciso dizer, né? Berço da democracia, das artes, da literatura e tudo mais que definiu a construção do Ocidente como conhecemos hoje também tem um paladar que faz jus à importância do país para o mundo.

Esse filme, grego, trata exatamente sobre a experiência de uma família turco-grega em período de guerra entre os dois países pelo Chipre. O que diferencia a história dessa família das outras que passaram pelo mesmo período é a paixão pela comida.

O título tem sentido duplo. O tempero da vida pode ser amor, aventura, conhecimento e amizade. Mas também pode ser canela, cravo, manjericão e outras ervas típicas na região (e bem estranhas para mim). A marcação de tempo do filme também está ligada a comida: antepasto, prato principal e sobremesa dividem os períodos importantes da vida de Fanis, personagem principal da história.

Fanis atualmente vive na Grécia e começa a relembrar de todo seu passado em Istambul com aquele saudosismo típico de quem deixa tudo para trás por obrigação (foi deportado). Como não podia deixar de ser, todas suas lembranças, como o primeiro amor, o avô e mentor Vassilis e as brigas dos pais, estão ligadas a comidas e aos condimentos que elas carregam. É um filme fascinante e inocente. Deve ser visto por todos que apreciam a vida... E um bom prato.

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