segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Donnie Darko


Esse filme já foi eleito por diversas listas de cinemaníacos como um dos mais confusos e estranhos filmes famosos já criados. Eu concordo com o fato de ser confuso, mas não vejo como um ponto negativo. Pelo contrário. É um filme quebra cabeça que, além de tudo, teve espaço para fazer uma crítica social ao preconceito, bullying e "caretice".

No site do New York Times tem bons comentários sobre o filme. Não deixem de ler, é só clicar aqui.

O elenco é fantastico, Jake Gyllenhaal é Donnie e não consigo imaginar outro no lugar dele. Maggie Gyllenhaal, sua irmã (tanto no filme como na vida real) também está no filme. Outros bem famosos, como Drew Barrymore e Patrick Swayze também compõem o filme.

Tudo gira em torno do seguinte: isolamento e doença. Uma coisa leva a outra. Mas o filme gera uma dúvida sobre se a sociedade é ou não responsável pelo isolamento e, consequentemente, pela doença. Donnie Darko é, desde o começo do filme, um garoto problemático. Ele é agressivo e, apesar de ter amigos e uma família nos padrões "american way of life" vive uma infelicidade extrema. Então os pais os colocam no psiquiatra, que o declara como esquizofrênico (para conhecer um pouco da doença, veja no wikipédia).

Mas conforme o filme vai passando, é possível perceber que não é uma doença somente, mas sim uma espécie de vidência. Ela conta com diversas teorías fisicas (sendo uma delas a de Stephen Hawking, na qual diz que você pode quebrar a barreira do tempo num buraco de minhoca) e é resolvido com a teoria do "efeito borboleta" (o que combina bem com a confusão do filme, já que provém da teoria do caos).

É bem interessante perceber a critica social forte em uma sociedade que se diz revolucionária e progressista aparecer como conservadora e religiosa. Mas até nesses reacionários se mostram politizados (principalmente quando a professora desiste de levar as crianças para o campeonato de dança para defender um Patrick Swayze acusado de pedofilia - no filme, é claro). Sem contar os preconceitos raciais (com a menina chinesa - ela era mesmo chinesa?).

No final, percebe-se também que o coelho pavoroso e malvado Frank, fruto da "imaginação" de Donnie acabou por fazer mais bem do que qualquer outro personagem. Ele inundou a escola para que Donnie conhecesse a mulher da sua vida (ironia pura, pois no fim - para que ela vivesse - eles não poderiam se conhecer) e botou fogo na casa do pedofilo para que todos conhecessem a câmara obscura sexual (tudo pelas mãos do confuso Donnie). Mas fiquei com uma pergunta na cabeça: então era o destino que Donnie morresse pela turbina do avião? Ele era mesmo um amaldiçoado? Mesmo com dois universos "paralelos" acontecendo? Que azar, viu?

ps: encontrei um esquema que pode ajudar as pessoas a entenderem melhor o filme, é só clicar aqui para vê-lo.


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