quarta-feira, 9 de junho de 2010

Veronika decide morrer


Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Veronika decides to die
Filme estadunidense de 2009 baseado no best-seller homônimo de Paulo Coelho. Sendo o primeiro filme de um dos seus livros, Hollywood conseguiu retratá-lo maravilhosamente bem, mantendo a essência sem se perder na ‘auto-ajuda’.

“E vou viver o resto dos meus dias ás vezes desejando que meus filhos tivessem a vida que eu não tive e ás vezes feliz por suas vidas se tornarem reprises da minha.”

O filme retrata as agonias de uma jovem mulher que possui uma vida arranjada e calma. Mora num bom apartamento, tem um bom emprego e é bonita. Mas para ela isso não basta e até lhe causa certo desconforto. Saber como será a vida daqui a 20 anos não lhe é nada agradável. Essa rotina é que lhe faz mal. Muito mal.

“Se você fechar a porta, a noite pode durar para sempre.”

Nessa vida que, exteriormente, se mostra agradável, interiormente, se mostra um inferno. Assim, decide se matar engolindo vários remédios ao mesmo tempo. A sua vontade de se matar é um ato tão simples, sincero e bem-vindo, que ela não tem nem o que dizer em uma carta de despedida. Não há saudade e nem arrependimento. Ela quer simplesmente ir. Só que ela é socorrida. E acaba indo parar no hospício.

“Aprenda a pensar como as pessoas ao seu redor e poderá se fazer passar por qualquer coisa.”

Antes de desmaiar no chão, ela acaba desabafando ao criticar a indústria da moda por dizer que o “Verde é o novo preto”. Para era, as pessoas deviam parar de preencher suas vidas vazias com futilidades que as tornam mais vazias. Elas deviam acordar e ver a loucura que o mundo tinha se tornado. Mas ao acordar no hospício, ela acaba por conhecer uma história. No qual um rei havia preferido enlouquecer com seus súditos a se desfazer dos loucos. Afinal, quem pode dizer que alguém é normal. Não somos todos loucos?

“Acha que as pessoas lá fora são menos loucas que nós?”

Por causa dos remédios, que lhe causaram uma lesão no coração, Veronika descobre que só terá mais uma semana de vida. Essa é a maior ironia do filme. E é nos sentimentos desse acontecimento que se baseia toda essa história.

“Realidade é aquilo que a maioria considera verdadeira.”

Criando um espaço tempo suficiente para decidir o que fazer da vida, muitas coisas se tornam claras. Primeiro, ao conversar com seu doutor, ela descobre que a necessidade de ser feliz é algo criado pela sociedade. E que a falta dessa felicidade nos tornam fracassados, por isso nos tornamos mais infelizes. Segundo, ela conversa com os pais e percebe a extrema frieza e distancia que existe entre eles. Não lhes importam o que ela quer, mas sim o que ela pode ser. Então, ao invés de encarar a tentativa de suicídio como um aviso para que melhore o relacionamento, eles se afastam mais dela, sentindo vergonha e incredulidade.

“Eu poderia me apaixonar por você agora. E você não diria nada. Mas está tudo bem.”

A depressão de Veronika começa a diminuir quando um novo amor entra na vida dela. Edward, um rapaz bonito, mas anti-social, se interessa por ela e pela sua música. Ao vê-la tocar piano todas as noites, nasce um amor entre eles. Ele estava no hospício por se achar culpado pelo acidente de carro que matou sua namorada, mas passou a se recuperar quando percebeu que Veronika conhecia a vida e as decepções dela. Assim, os dois fogem do hospício e nasce uma vontade de viver que não havia antes, aproveitando todo o tempo que lhes restam juntos.

“Não deveria deixar essa vida sem saber onde pode chegar.”

O médico entra em cena de novo para informar à sua parceira filosofia (outra paciente do hospício) que Veronika não irá morrer. Ele havia lhe dado o maior remédio de todos: a consciência da vida, fazendo com que cada dia para ela fosse considerado um milagre. Esse médico se demite ao passo sua parceira é liberada e que Veronika foge com Edward. É como se aquele lugar se tornasse

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