quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A Queda! - As últimas horas de Hitler


Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Der Undergang

Filme alemão realizado em 2004 que alterna entre o gênero drama e documentário. Dramatiza com um profundo realismo os capítulos finais da Alemanha na II Guerra Mundial. Foi baseado no livro “Dentro do Bunker de Hitler” (tradução livre) de Joachim Fest, na autobiografia de Albert Speer e nas memórias de Traudl Junge, última secretária de Hitler.

“Deixei minha curiosidade vencer.”

Esse filme tem sua peculiaridade ao mostrar a guerra pelos olhos dos alemães, chegando a humanizar Adolf Hitler. O ditador era visto por Traudl como amável e brutal ao mesmo tempo. Na verdade, a maior crítica não está na crença na raça ariana e todas suas conseqüências, mas sim nas consequências do fanatismo. Em todos profundamente ligados (ou não) ao nazismo havia, de certa forma, uma loucura causada pela paixão que seu ideal havia causado. Era preferível matar e morrer a continuar a viver em um mundo sem o tal nazismo.

“Vocês não entenderam? Perdemos a guerra. Acabou!”

O filme já começa com Berlin sendo destruída pelos russos. Poucas são as tropas que resistem. Alguns já se entregaram, traindo o Furher. Outros, por questão de honra, ficam, lutam e quando não podem mais resistir, se matam. E nesse grupo se encontram até jovens de 12 e 14 anos. Em meio a guerra, mostra a decadência física da Cidade de Berlin, outrora uma das mais belas cidades do mundo.

“Em uma guerra como esta não há civis.”

Furher mostra não ter a menor compaixão por seu povo. Inclusive, coloca a culpa neles pela derrota. Eles teriam sido muito fracos. Hitler ainda sonha com a cidade ideal (limpa e pura), mas admite que nem seu próprio povo pode fazer parte dela. Aliais, é sabido que nem o próprio Hitler era alemão, mas sim austríaco. Essa idéia foi mostrada sutilmente no casamento do ditador com Eva Braun, no qual ele não quis mostrar sua identidade e assim provar que era da raça ariana. Assim, como último suspiro, ele instaura o ‘clauserwitz’, sacrificando o máximo de soldados e civis possíveis.

“O que ele tem a perder?”

Hitler começa a ter seus acessos de loucura, achando que estava sendo traído por seus próximos e que os soldados são fracos e ineficientes. Foi o último a admitir que havia perdido a guerra. Mas mesmo com tudo perdido, o Furher não perdoa traidores e fugitivos, mandando que todos sejam mortos. Em Berlin, esse posicionamento faz com que as tropas passem a enfrentar os próprios compatriotas, os quais muitos queriam fugir para sobreviverem à guerra, ao invés de lutar e morrer nela.

“Sempre obedeci às leis da natureza, nunca me permitindo ter compaixão.”

Na derrota iminente, muitos começaram a se matar no Bunker. E o primeiro a cometer o suicídio foi Hitler e Eva Braun (que ironicamente, era a mais otimista do lugar e leal ao ideal e à vitória), que, respectivamente, se matou com uma arma e se envenenou. Foram usados 200 litros de gasolina para queimar o corpo do casal. Na sequência, muitos dos militares da alta estirpe começaram a se matar (após de festejarem muito). Nem o cachorro de Hitler sobreviveu a isso. Mas a cena mais chocante é quando a Sra. Goebels envenena seus seis jovens e belos filhos e depois pede para que seu marido a mate. Tudo porque, sem o nazismo, não havia futuro para eles.

“A sorte foi lançada”

Entre os que ficaram vivos, muitos não quiseram se render, mas os Russos conseguiram chegar até o centro e não havia mais o que se fazer. As secretárias de Hitler fugiram do Bunker antes do suicídio em massa e uma delas (Traudl) conseguiu passar por entre as tropas russas por ser civil e mulher. Por fim, no dia 7 de maio de 1945 a Alemanha se rende. Como resultado, 50 milhões de pessoas morreram ao todo.

“Os mais fortes só serão vitoriosos se erradicarem os mais fracos.”

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