segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Joana D'Arc


Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

The Messenger: The Story of Joan of Arc

Filme francês e estadunidense filmado na Republica Tcheca em 1999. Seguindo o gênero épico, conta a história de Joana D’Arc, uma camponesa francesa que dizia ouvir vozes (que, hoje dizem, ser da Santa Catarina) que se tornou uma heroína francesa e, mais tarde, padroeira da França. Levou o Prêmio César nas categorias de “melhor figurino” e “melhor som”.

“Sigam-me, e lhes trarei a vitória.”

Em 1429, a França se encontra sob o domínio da Inglaterra. A família real lutava pelo trono e pela independência do país. A principal cidade (Orleàns) se econtrava sob o domínio inglês. E o tesouro real havia ruído. Joana D’arc, uma camponesa de 17 anos se apresenta ao rei Valois como uma mensageira de uma voz. E essa voz dizia que a missão dela seria salvar a França. E pede ao rei um exército.

Quando mais jovem, Joana D’Arc viu sua aldeia ser destruída pelos ingleses e sua irmã morta e violada por um dos invasores. Já nessa época era capaz de ouvir vozes e as contava para um padre que a aconselhava a seguir essas vozes, desde que as mesmas sejam boas.

Para que o rei pudesse acreditar nela, põe outra pessoa no trono e finge ser mais um da corte real. Ela percebe que quem está no trono não é o rei e identifica o próprio, venerando-o. Nessa altura, ela já havia se tornado popular na França e era conhecida como a Condessa de Lorraine (nome de sua aldeia), então o Rei decide se arriscar e dá o exercito a ela. Assim, ela corta o cabelo como homem, veste a armadura de cavalheiro, monta no cavalo como homem e passa a liderar a batalha contra Orleàns.

Na batalha, ela passa a ter problemas na liderança por ser mulher, mas conquista o respeito de seus comandantes por sua bravura e estratégia militar (que diz ser enviada por Deus). Apesar de ser estressada e impulsiva, ela vence a batalha e recupera não só a cidade de Orleàns, mas também a auto-estima do exército. Os ingleses passam a considerá-la uma bruxa. E na batalha final, ela oferece paz a eles, que a aceitam. Mas mesmo assim, ela se surpreende e se indigna com o banho de sangue que foi.

“Você viu o que você quis ver.”

Depois dessa vitória, Valois é oficialmente coroado Rei da França em Reims num ritual apressado e desorganizado. É engraçado ver as igrejas tendo seus rituais ridicularizados (como o ato da confissão e o óleo sagrado). Joana quer continuar a batalhar e recuperar as áreas francesas que ainda estão sob o poder dos ingleses. O rei, mesmo sabendo que ela teria um exercito menor e decidido a não mandar mais apoio, a deixa ir na batalha. É nessa hora que ele a abandona. É nessa hora que tudo passa a dar errado. Ela perde a batalha em Paris e é capturada na batalha de Compiégne pelo Duque de Burgundy. Ele a troca por Ouro. E quem a paga? Não, a Inglaterra. A França não tinha recursos e muito menos disposição a pagar por ela. Já a Inglaterra, tinha muito a perder se ela continuasse em campo. O exército inglês já não queria lutar por medo dela.

Assim, ela é entregue as autoridades da Igreja. E, claro, o julgamento estava focado em arrancar a confissão de que ela havia praticado a heresia por qualquer custo. Assim, poderiam queimá-la. O padre de Roma, representante do vaticano, considera o julgamento uma farsa (sendo preso pelo comandante do exército inglês). Porém, em seu julgamento, Joana não se submete às autoridades da Igreja que a considera herege e decide pô-la na fogueira se ela não assinasse um documento indicando que as visões e vozes eram mentiras. Ela decide assinar por desespero ao saber que iria morrer sem se confessar anteriormente. Mas alguém do exército inglês entra na cela e coloca roupas de homem nela, sendo enviada de volta para fogueira. Dessa vez, sem volta.

Mas o mais interessante foi ver o julgamento interno de Joana D’Arc. Ela passa a receber a visão da “morte” em si que mostra que as visões e vozes não passaram realmente de acasos bem imaginados. Assim ela começa a se auto-sabotar. É como se ela descobrisse que ela tinha esquizofrenia. Percebe que suas ilusões eram mentiras e que a luta aconteceu por ela mesma. Havia lutado por vingança e pelo patriotismo gerado após da invasão em sua aldeia. E esse julgamento sim, foi muito mais severo que o da própria Igreja. Mas após se confessar para a sua “morte”. Ela vai para o fogo. E vai tranquilamente.

“Não me abandone, por favor. Onde está você?”

2 comentários:

  1. ESSE TRIBUNAL NÃO TINHA O AVAL DE ROMA,OU SEJA DA IGREJA.
    FOI UM TRIBUNAL FORJADO PELOS INGLESES.

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  2. Não deixou claro, é ficção ou história, a igreja é cheia de inventar santos, não foram claros.

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