segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Tosca

Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Filme de 2001 baseado em uma das óperas italianas mais amadas do mundo. Obra prima de Giaconno Puccini, o filme fez parte da seleção oficial do Festival de Veneza. O filme é dividido em duas filmagens. Uma seria o ensaio da ópera em um estúdio, com fones e microfones em volta dos cantores e da orquestra. A outra seria a atuação dos tais cantores, com a orquestra em OFF e um cenário imaginário e teatral.

"Sossega sua alma. Sempre direi: Floria, te amo."

A história começa com o pintor Mario Caravadossi trabalhando na gravura de uma capela. Essa gravura deve representar a Maria Madalena. Por ironia, ele a pintou se baseando no corpo da mulher que (mesmo sem aparecer em nenhum momento) foi a peça chave para acontecer a tragédia final. Floria Tosca, sua amante e cantora da corte, aparece cheia de ciúmes pela gravura, mas o amor que um nutre por outro vence e ela sai de cena ainda enciumada e mais apaixonada. Em seguida, entra o seu amigo Angelotti, que fugiu da prisão após de ter sido preso por ser cônsul da extinta embaixada romana. Ele é irmão da menina que inspirou Mario a fazer a gravura e tem consigo roupas dela para se disfarçar e fugir pra bem longe. Por sua amizade, Mario o ajuda a se esconder no poço de seu jardim. O pintor é o mocinho da peça o tempo todo, se mostrando amável e leal.

“O veneno a corrói.”

Scarpia, o barão responsável pela prisão de Angelotti descobre que o fugitivo se escondeu com a ajuda de um cúmplice e tem a certeza de que o tal seria o pintor Mario. Então decide fazer um joguinho que é uma verdadeira homenagem ao Othello de Shakespeare. Com um lenço que encontrou na capela, fez com que Tosca acreditasse que o Mario estivesse com uma amante. Ela realmente acredita e vai atrás do pintor.

“Tosca, você me fez esquecer Deus.”

Após de cantar novamente na corte, Scarpia acua Tosca e a sonda para saber sobre Mario e seu fugitivo. Percebe que o ciúme dela acabou e que não havia amante nenhuma. Percebe também que começa a desejá-la. Então manda prender Mario e torturá-lo até ele dizer onde está Angelotti. Mesmo sob tortura, Mario não diz e força então Tosca a falar. Aproveitando-se do amor que ela sentia pelo pintor, ele passa a torturá-la psicologicamente com a tortura física de seu amante. E por fim, ela fala onde está o fugitivo para que Scarpia pare de torturar o seu amor.

“Você me pede uma vida, eu te peço um instante.”

Assim, Scarpia manda os dois para a forca. Um por fugir e o outro por trair sua pátria. Tosca entra em pânico e tenta entrar em acordo com o barão. Então ele diz que irá simular a morte do pintor em um fuzilamento e ela terá que se deitar com ele. Depois os dois estariam livres para ir embora do país. O interessante é ver que Scarpia não nutre um amor e nem sequer uma paixão por Tosca. É apenas um desejo da carne, na qual ele mesmo diz que irá usá-la e jogá-la fora. E esse mesmo desejo foi intensificado ao descobrir que Napoleão Bonaparte havia vencido (e ele ser do grupo oposto). Na iminência de uma derrota certa, ele tinha que levar algum proveito.

“Porque, ó senhor? Por que me compensaria assim?”

Tosca, no máximo de seu sofrimento, passa a indagar Deus e a igreja, pelo mesmo se mostrar ausente na hora em que ela mais precisa. Inclusive, o próprio Scarpia chama a Deus quando decide se aproveitar de Tosca. Após de ele usar um código (o qual seria para colocar balas de borracha nos fuzis que irão acertar Mário) com seu empregado, ele avança em Tosca. Mas, em troca ele é esfaqueado bem na altura do coração pela mesma. Ela conseguiu pegar uma faca na mesa e acertá-lo no meio do abraço. E, assim, ele morre. Em felicidade, ela consegue encontrar o pintor antes do fuzilamento e juntos cantam pelo amor, liberdade e futuro que terão em outro país. A tragédia acontece quando o fuzilamento se mostra real e Mário morre. Scarpia havia mentido a ela. Ele não iria salvar o seu amante. Ele iria usá-la e deixá-lo morrer. Ela entra em pânico e vê todos seus sonhos se desmancharem à sua frente. Quando houve os guardas procurando por ela ao acharem o corpo do barão morto, ela usa todo seu desespero como coragem para saltar do alto do prédio. E morre. Na verdade, desde o momento em que o pintor havia feito o retrato de Maria Madalena tudo já estava perdido. É como se fosse o destino. Não havia como ser diferente.

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