sexta-feira, 9 de abril de 2010

Charlie, um grande garoto


Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.

Charlie Bartlett

Filme estadunidense lançado em 2007, é uma comédia que reflete bem os sonhos, angústias e anseios dos adolescentes. Foi lançado diretamente em DVD no Brasil, mostrando que ele foi subestimado, pois é um filme capaz de mostrar a realidade de muitos jovens de classe média e alta.

“Oi. Meu nome é Charlie. Charlie Bartlett...”

Lembrando bem a frase-slogan de 007 (Meu nome é Bond. James Bond), talvez esse fosse o maior sonho de Charlie. Ser um herói, um salvador... E não ser apenas mais um no meio de tantos jovens. Num mundo onde não é necessário tanto dinheiro para que seus horizontes se ampliem tanto, a inconseqüência juvenil floresce facilmente. O filme é capaz de mostrar que dinheiro e boas notas não tornam o jovem um verdadeiro cidadão consciente.

“... e você não está sozinho.”

Na juventude, o medo de ser rejeitado é extremo. Fazendo o uso de estereótipos (punks violentos, drogados gays, nerds suicidas, retardados carinhosos, líder de torcidas ‘fáceis’ e mimadas e atletas reprimidos), o filme nos mostra o outro lado de todos os jovens. E que eles não são tão complicados. Charlie se aproxima dos outros apenas por ser capaz de ouvir e não julgar os problemas de seus colegas (mesmo eles sendo irrelevantes) e usa o seu senso de humor para ser feliz (ou, pelo menos, esquecer os problemas). No mundo de hoje, os jovens têm tão pouco tempo para serem crianças que acabam agindo como adultos muitas vezes. E são reprimidos por isso (tanto por serem crianças como por serem adultos – esse é o paradoxo).

“Juntar drogas psiquiátricas com adolescentes é como colocar uma barraca de limonada no deserto.”

Charlie consegue lucro vendendo drogas para suprimir as brigas e problemas psiquiátricos dos colegas. Então o filme mostra o sempre as drogas (comprimidos) como algo bom e que relaxa e faz você se soltar. Literalmente, é o único método encontrado para fugirem de uma realidade tão livre externamente e repressora internamente. Isso dura até o momento que um dos colegas tenta se matar com o uso das drogas. É nesse momento que Charlie percebe que a droga não é a solução e que se tornar popular lhe traz responsabilidades. Mesmo sendo mais respeitado que o próprio diretor da escola, ele soube ser humilde e ‘abdicar’ toda essa popularidade, quando percebeu que não poderia cuidar de todos. Afinal, ele ainda era uma criança.

A música tema do filme é esplendida. Deve ser ouvida sempre que possível. E lembre-se:

“Se você quiser cantar, cante. Se você quiser ser livre, seja.”

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