Atenção: O filme é comentado do início ao fim, podendo conter spolier.
Thelma and Louise
É uma dramédia estadunidense de 1991 de final trágico. Para mim, um dos melhores filmes voltado para o público feminino. Ganhou o Oscar de “melhor roteiro original”, possui uma trilha sonora fantástica e uma fotografia impecável. Não pode-se esquecer também do carro clássico que é tão protagonista no filme quanto Thelma e Louise: o verde Thunderbird 66 conversível.
“Vá, continue. Simplesmente continue.”
Com essa frase Thelma e Louise terminam a trágica viagem que seria apenas para relaxar e pescar. O desespero e a determinação delas são perceptíveis durante todo o filme, deixando o espectador assombrado e ao mesmo tempo torcendo por elas. De certo modo, o filme é contraditório: elas se tornam vítimas do acaso e ao mesmo tempo tenta driblar um destino que não as a agrada. E encontram a fuga desse destino: a morte.
Thelma é a garota bonita e charmosa da história. Medrosa, mimada, tranqüila e ingênua. É constantemente reprimida pelo marido, apesar de ser sustentada por ele. Como ele foi o único homem da vida dela, se torna totalmente dependente dele. No final do filme, ela se declara independente, se solta e fica esperta. Ela que dá a iniciativa do suicídio.
Louise é a trabalhadora, esperta, grossa e fechada. Tem um namoro que tinha tudo para dar certo – ele a amava,tinha dinheiro e queria desposá-la. O único problema foi ela não amá-lo. Talvez por ter sido antes estuprada no Texas e achar que todo homem é canalha.
As duas desencadearam os problemas: Louise atirou no homem que maltratou a sua amiga; Thelma assaltou a loja por ter pedido o dinheiro da amiga; As duas explodiram o caminhão do cara que as sacaneava toda hora e prendem o policial dentro de seu próprio carro para poder fugir. Os problemas que elas se meteram as atingem tanto que no final do filme elas assumem uma aparência mais selvagem. No começo, elas tinham a aparência tão sóbria que a garçonete da boate onde Louise matou e o carona ladrãozinho que soube do roubo de Thelma não acreditaram que elas eram criminosas. Tanto que o policial que as persegue, percebe a situação em que elas se encontram e tenta ajudá-las no que é possível, mas pela falta de crença que elas tinham na polícia e por saberem que, aos olhos da justiça, elas estavam enrascadas, não o ouviu.
O maior problema delas foi terem se metido cada vez mais em problemas em vez de sair deles, se transformando em uma verdadeira bola de neve. Para escapar de uma realidade cada vez mais certa (a cadeia) elas tentam fugir para o México e quando isso se torna inviável, elas se beijam selando uma forte amizade, apertam as mãos e aceleram o thunderbird no precipício do Grand Cânion. Mas é importante entender que não foi covardia ou inconseqüência, mas sim a impossibilidade de enxergarem uma vida melhor no futuro, até mesmo por nunca terem tido a chance de visualizar isso. Se tornaram uma vítima da vida que lhes foi imposta.
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